Esta entrevista com Nicette Bruno nos dá informações como o espiritismo pode contribuir para termos um casamento longevo, confira abaixo:
Há pelo menos um mês, a atriz niteroiense Nicette Bruno, de 78 anos, tem se dedicado a Iná, sua personagem em A vida da gente. Na essência, Iná até lembra Nicette: adora a, sente prazer na dança e gosta de namorar. Mas as semelhanças entre elas terminam aí. Iná tem pavor da palavra casamento. Já Nicette, com um casamento de 60 anos, três filhos, sete netos e dois bisnetos, conta à reportagem que o marido Paulo Goulart, de 78, foi praticamente seu primeiro namorado. A fórmula do amor? Ela diz encontrar no espiritismo, doutrina que segue há quase 50 anos.
Sua personagem não quer se casar. É uma ironia para você, né?
É, sim. Ela acha que o casamento, depois de cinco ou seis anos, faz os dois virarem parentes. Mas ela é uma mulher dinâmica, tem um salão de dança e procura estimular os idosos a dançar, a ter uma mais alegre da vida. Está sendo ótimo, porque a minha geração sempre foi de dançar.
Você sempre gostou muito de dançar, ir a festas, bailes?
Na minha juventude, tinha muito baile de formatura. Eu e Paulo (Goulart), por exemplo, costumávamos ir a jantares dançantes e boates. Aproveitávamos muito, dançávamos muito. Mas o tempo foi passando. Hoje, eu gosto de receber pessoas em casa.
E você é o tipo de avó que fica no pé dos netos para que a visitem?
Nunca fiquei no pé nem dos filhos. As coisas acontecem naturalmente. O que une a nossa família é a amizade. E amizade significa respeito, não cobrança. Deixamos que as coisas aconteçam naturalmente. Isso se estendeu para a profissão. Todos eles, na escola, fizeram testes vocacionais e seguiram o que queriam.
Você fala dessa cumplicidade com os filhos. Como foi sua entrada no meio artístico?
Minha mãe e minha tia eram cantoras, eu tinha um casal de tios bailarinos e minha avó era cantora. Nenhum deles era profissional. Os encontros das família eram saraus. Eu, pequenininha, com meus 3 anos, participava disso. Aí, estudei declamação, depois piano, balé, porque naquela época fazia parte da educação de uma moça todo esse envolvimento com arte para ter uma postura. Comecei aos 4 anos, na Rádio Guanabara, e me tornei atriz profissional aos 14 anos.
E como conheceu Paulo Goulart?
Conheci o Paulo também no teatro. Eu tinha 16 anos. Mas no começo nem olhava para ele. Meu objetivo era o espetáculo. Eu tinha escola, piano, balé. Não tinha tempo. Ele não foi o primeiro namorado, mas antes dele não houve nada que fosse marcante.
Envelhecer traz a você algum tipo de angústia?
Não. Encaro como algo natural. Não acredito que a vida começa no berço e termina no túmulo. Eu e o Paulo somos espíritas. Em 1962, fomos morar em Curitiba e conhecemos a doutrina. Sem dúvida, ela serve de equilíbrio para o nosso casamento. Com o espiritismo, criamos consciência do verdadeiro sentido do amor, o fraterno.
É possível estar 60 anos com alguém e continuar apaixonada?
Claro (risos).
Fonte: http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_9/2011/09/25/ficha_mexerico/id_sessao=9&id_noticia=44274/ficha_mexerico.shtml