Todas as noites de terça-feira fazemos um trabalho de assistência aos Moradores de Rua, o nosso grupo denominado por um amigo espiritual por “Irmãos de Francisco” vem atuando nas ruas da cidade de São Paulo-SP, para minimizar a fome e o frio que estes irmãos sem posses materiais tem em sua noites geladas, sabemos que a ação dos Irmãos de Francisco não acaba ou mesmo resolve as deficiências deles, mas devolve a esperança que o ser humano jamais ficará feliz sozinho.
A união dos moradores de rua é notável, como nos relatos abaixo dos próprios moradores de rua, a uma a reportagem do Correio Popular na cidade de Campinas-SP.
Leia a matéria na integra abaixo:
Moradores de rua se unem para não morrer de frio
Para enfrentar as noites geladas, grupos usam papelão, plástico, cobertor e o calor humano
19/05/2011 – 10h26 . Atualizada em 19/05/2011 – 11h15 – Luciana Brunca
Grupo dorme sobre papelões, coberto por finos cobertores, em frente à agência central dos Correios, na Avenida Francisco Glicério (Foto: Leandro Ferreira/AAN)
Eles estão espalhados por todos os cantos da cidade. Debaixo de marquises de prédios residenciais e comerciais, dos toldos, nas escadarias das igrejas e prédios públicos e até nas garagens das clínicas médicas.
Dormindo no chão, os moradores de rua de Campinas usam caixas de papelão, sacos plásticos, jornal, cobertores e edredons doados para tentar se proteger do frio.
Durante duas horas e 30 minutos, na madrugada desta quinta-feira (19/05), a reportagem do Correio Popular percorreu diversos pontos na região central além dos bairros Vila Nova, Taquaral, Cambuí, Castelo e Botafogo, e encontrou pelo menos 80 pessoas dormindo ao relento.
Segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na madrugada da última quarta-feira (18) os termômetros registraram 12,5ºC.
Encolhido e solitário debaixo da cobertura de uma loja na Avenida Francisco Glicério, André Richard Linhares, de 37 anos, dormia sem se incomodar com o barulho do trânsito e dos pedestres.
O flash da máquina fotográfica o despertou, e ele contou que mora nas ruas há 20 anos. “Tive depressão e vim parar aqui. É muito ruim dormir nas ruas ainda mais com esse frio, a gente vai pedindo e consegue roupas e cobertores. Esse colchãozinho eu encontrei numa caçamba de lixo”, disse.
Alguns metros à frente, a cena chama ainda mais atenção. Cerca de dez pessoas dormem uma ao lado da outra, na porta da agência central dos Correios, aproveitando o calor gerado pelos corpos.
Alguns até dividem o papelão para que ninguém fique deitado direto no chão gelado. Ventava muito na hora, e a sensação térmica era de muito frio.
Vivendo nas ruas há um ano, Paulo Renato Montilha de Souza, de 32 anos, disse que eles dependem da ajuda dos outros. “As pessoas doam cobertores, roupas, agasalhos, comida e assim a gente vai vivendo. Perdi meus pais e vim parar aqui. Nós somos uma família”, disse.
Eles perambulam pelas ruas pedindo alimentos, agasalhos e fazendo alguns ‘bicos’ – como vender latinha e material reciclável.
“Eu perdi meus pais, meus irmãos e já estou vivendo nas ruas há muitos anos. Mas eu sempre fico na minha, na humildade, sem fazer mal para ninguém”, disse Cláudio Gonçalves Vieira, de 29 anos.
Os moradores de rua dizem que já foram ao albergue municipal e conversaram com as assistentes sociais, mas que nada foi resolvido. “O pior é quando chove e molha as nossas coisas, aí fica muito difícil dormir nesse frio com as cobertas e as roupas molhadas”, disse Souza.
No largo da Igreja Nossa Senhora da Conceição, a quantidade de moradores de rua dormindo ao relento e tentando se proteger do frio impressiona. Em todos os lados da praça havia dezenas de pessoas. Alguns entram dentro das caixas de papelão, outros usam as caixas para fazer uma espécie de parede para se proteger do vento. O cobertor serve para proteger a cabeça do frio e um cachorro dorme aos pés do seu dono.
Nos precisamos ter uma ação mais humanitária para retirar esses irmãos da miséria absoluta em que vivem a margem da sociedade.
A ação “Cobertor Amigo” relatada na matéria do Correio de Uberlândia abaixo, nos mostram com clareza que a sociedade moderna e com muita tecnologia, ainda consegue volver seus olhos para o irmão caído e lhe estender a mão.
Leia a matéria na integra abaixo:
Ação popular doa 2,6 mil cobertores na zona leste
Gustavo Stivali
Aproximadamente 2,6 mil cobertores foram distribuídos neste domingo (12) para população carente de dois bairros e três assentamentos da zona leste de Uberlândia. A iniciativa fez parte da ação Cobertor Amigo, organizada por uma empresária local, que, desde 2007, realiza trabalhos deste tipo.Os cobertores foram arrecadados por meio de doação feita por parceiros e clientes de um salão de beleza. Na semana passada, para dar mais força à coleta de mantas, um evento foi realizado na praça Rui Barbosa, região central. O ingresso para assistir a um dos nove shows da festa foi um cobertor. “Neste ano, nós tivemos bastante apoio tanto de clientes, que sempre colaboram conosco, como da mídia em geral, que divulgou nossa campanha”, afirmou a empresária e idealizadora da ação, Renner Cruz. De acordo com ela, o número de mantas arrecadadas em 2011 foi o maior de todos os anos. “Em 2010, por exemplo, arrecadamos 1.621 cobertores”, afirmou.
Com o auxílio de uma entidade beneficente, cerca de 100 cobertores foram distribuídos sábado (11) para moradores de rua de Uberlândia. Hoje pela manhã, um caminhão fretado percorreu as ruas de bairros como Morumbi e Joana D’Arc, na zona leste, para distribuir o restante das doações.
O trabalhador rural Sebastião Pereira dos Santos, que mora com a esposa e dois filhos no assentamento da Associação dos Trabalhadores Rurais Bela Vista (ATRBV), entre os bairros Santa Mônica e Alvorada, recebeu dois cobertores. “Faz frio por aqui à noite e a gente tinha só umas cobertas velhas”, afirmou.
Acredito que não devemos esperar que outros façam o que nós podemos fazer, com pequenas ações de coleta com nossos vizinhos até eventos realizados acima, poderemos sonhar que um dia não veremos mais irmãos nossos vivendo em condições tão difíceis.
Se você quiser começar a fazer algo pelos Moradores de Rua de São Paulo e não sabe como, entre em contato conosco, você pode fazer parte do grupo “Irmãos de Francisco” e sentirá o que sentimos todas as terças-feiras, que podemos ser úteis.
Kleber Torres
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